Minha lista de blogs

quarta-feira, 25 de julho de 2012

OS ESCOLHIDOS

Quem vai para o céu?
Boa pergunta, respondi a um senhor enquanto aguardávamos chamada do oftalmologista.
Através da porta de vidro via-se um grupo de pessoas testemunhas de Jeová, dividindo folhetos para um trabalho de campo. 
Nossa educação cristã tem levado muitos a fé mais severas ou quase radicais, tem superlotados igrejas muito rígidos em suas convicções e segundo eles ir para o céu não é nenhum paraíso fiscal afinal você vai viver entre anjos.
Uma senhora comentou, que um bombeiro ariscou a vida ao resgatar seu filho imprudente que caiu com seu automóvel em um riacho, depois de uma festa ao agradece-lo lamentou o fato dele não exercer nenhuma fé religiosa e deixou claro ao bombeiro que o fato dela estar ali era um chamado de Deus.
Após realizar uma corrida com meu táxi um travesti muito conhecido por trabalhar na rua e bastante descriminado, vitima de varias agressões fez sinal para eu parar, ao embarcar conduziu me a uma rua secundaria onde uma senhora aguardava o em uma cadeira de roda com mais algumas pessoas, desceu do táxi colocou a senhora no colo e levou-a para o hospital. 
Vendo tanto carinho e dedicação perguntei a ele:
-É sua mãe? 
Respondeu-me: 
-Não, os filhos dela são aqueles que ficaram e aguardam o momento para se livrar dela.
Interroguei novamente: 
-Porque você?
Respondeu- me.
-Ela sempre me deu carinho foi a mãe que conheci cuidou de mim e agora cuido dela.
Deus é amor e quem pratica o amor independente de sua bagagem certamente esta no caminho do céu.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

MINHA RAIZ

No mês de abril de 1958, meu pai conversava com minha mãe durante o almoço.
-Vamos ser transferido novamente.
-Para onde? Perguntou minha mãe.
-Não sei já moramos em tantas cidades.
-Gostaria de voltar para Ramis Galvão um bairro da cidade histórica de Rio Pardo do estado do Rio Grande do Sul. Disse minha mãe.
Meu pai era telegrafista e farmacêutico formado.
Morávamos num local chamado Porto do Conde, la existia como meio de tratamento de saúde uma única farmácia com sistema de manipulação dos medicamentos, pertencente a cooperativa dos ferroviários, onde vinham também a população dos arredores para consultar, na busca de tratamento para sua saúde.
Não existia medicação industrializada meu pai manipulava formula sobre prescrição médica e servia esta comunidade, médicos somente nos grandes centros e tudo funcionava de acordo com a época. 
Foi inevitável que durante os seis anos o então seu João Farmaceti como ficou conhecido, tendo como meio de comunicação o telegrafo para o povo daquele local era muita sabedoria, meu pai por outro lado tratava tudo com muita naturalidade, encaminhava pessoas para Porto Alegre. 
Enquanto isso o governo brasileiro fervilhava em desafeto, certo dia chegou a  inspetoria  determinou o prazo de encerramento do núcleo ferroviário naquele local , assim que a população teve conhecimento fizeram listas e ouve o clamor geral, imaginamos deve ter sido muito duro para as pessoas ficarem sem a única pessoa que não tinha dia e nem hora para atender aqueles que necessitavam.
Fica aí um registro de amor que as pessoas jamais devem ter esquecido.
Reconhecimento eu faço ao meu pai João Antônio Machado (em memoria) pelo nível intelectual que nunca serviu de vaidade, ficou conhecido no meio esportivo da época como João Maranhão.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

SALVE OGUM DAS MATAS

Conheci uma médium de nome Sinhá Dedé nascida e criada em sua aldeia, eu também médium cavalo de Ogum Megê meu irmão mais jovem também trabalhava com Ogum Beira-Mar entidade bem conhecida.
Era costume ficar girando em velocidade até todos os guias chegarem, estávamos ali por orientação de nossos guias até porque o lugar pertencia a comunidade negra descendente de escravos, era muito raro encontrar pessoas brancas ou mestiças por ali até porque o local era bem isolado.
 Sinhá Dedé não sabia ler nem escrever mas tinha doutorado em conhecimento de ervas, Seu Ogum das Matas filtrava a ela o conhecimento e tratamento com as ervas da mata, vou citar um exemplo contra bebida ou cigarro havia uma planta rasteira na mata de cor verde amarelada, quando deixado a noite em um copo de água e tomado pela manhã em jejum, tratamento feito por algum tempo a pessoa não suportava mais bebida alcoólica e cigarro.

Quarenta anos se passaram estava eu num final de tarde vendo o sol sumir no horizonte, meu pensamento ia longe perdido no tempo, afinal estava de passeio visitando meus familiares quando meu irmão me interrompeu falando:

-Esta longe hein..

Respondi: - Bah...quanto silencio. Então me disse temos uma tarefa hoje, terreira no Ogum das Matas vamos subir a aldeia tem uma surpresa pra ti.

Pensei deve ser algum médium jovem quero conhece-lo, quando chegamos na aldeia senti uma sensação que não posso descrever em palavras. O salão era o mesmo chão batido, algumas pessoas entraram junto com a gente alguém pediu para nós sentarmos, os trabalhos tinham sido aberto e estava no meio da corrente uma senhora auxiliadas por duas jovens, fiquei de olhos arregalados eu não estava sonhando, era a própria Sinhá Dedé e a medida que o ponto era firmado o Ogum das Matas fazia-a andar sozinha no meio do salão.

 Sempre tive uma emoção aflorada protegido pela penumbra do terreiro me deixei chorar de emoção por algum tempo, do lado de fora nunca a  brisa da noite me fez tão bem.

 Umbanda é paz e amor um mundo cheio de luz a continuação os umbandistas conhecem .

Ademir Machado